A criança é um espírito criado por Deus, ora vivendo no plano espiritual, ora respirando num corpo material, como um espírito reencarnado, uma alma que recomeça uma nova existência na carne.
Como ser espiritual, traz toda uma bagagem acumulada ao longo de sua trajetória evolutiva. Seu destino é toda perfeição de que é suscetível e, para isso, conta com o tempo necessário, pois seu esforço de aperfeiçoamento não se circunscreve, apenas, a uma existência terrena.
No corpo e fora dele, dá continuidade ao seu aperfeiçoamento e à sua caminhada na conquista da felicidade.
É preciso entendermos bem a função própria do período infantil, para avaliarmos a real importância da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil.
Afinal, por que Espíritos velhos, vividos, tantas vezes viciados em erros milenares, já donos de tantas experiências, precisam “entrar de novo no ventre da mãe” e se fazerem crianças outra vez?
A função educativa da reencarnação – como nova oportunidade de refazer o destino, de aprendizagens diversas e de resgate de faltas passadas – perderia o sentido se o Espírito não retornasse a um corpo infantil.
Através desse processo de esquecimento e renovação da vida, ele pode construir uma nova personalidade, melhor e mais integral; pode resgatar seus débitos sem se ver continuamente oprimido pelo sentimento de culpa e vergonha por um passado tenebroso; pode conviver com inimigos, transformados em parentes e amigos, sem se dar conta disso, modificando sentimentos e refazendo relações; pode absorver elementos de novas culturas, aumentando sua bagagem universal.
Mas a principal finalidade de o Espírito retornar em um corpo infantil é ser educado novamente. As impressões positivas que recebe durante a infância podem ser determinantes em sua existência atual e até em próximas vidas.
Exatamente por causa do estado de semi-consciência do Espírito encarnado, num corpo infantil, suas barreiras de defesa psíquica estão neutralizadas: ele está brando, mais receptivo, mais maleável, mais aberto a todas as influências ...
Daí a importância da Evangelização Espírita, pois evangelizar é preparar o ser humano para enfrentar todos os momentos e adversidades da vida nos postulados do Evangelho. É o único meio de cultivar no Espírito da criança, desde o alvorecer da vida, o entendimento da prática das boas obras, a aquisição da moral e do saber, para que ela atinja o crepúsculo físico consciente de suas conquistas espirituais, conhecendo a si mesma e situando-se no Universo como colaboradora da Divindade Suprema.
Sob a ótica da Doutrina Espírita, devemos entender que, na juventude, o indivíduo já deixou de ser criança, mas ainda não é adulto. Ele está numa outra fase de seu desenvolvimento, etapa difícil, marcada por mudanças de ordem biológica, psicológica, social e necessita, mais do que nunca, de orientação e amparo para que possa ficar bem consigo, com o próximo e com Deus.
A adolescência é, como as demais fases do desenvolvimento humano, de grande importância para o espírito que se está preparando para, ao assumir sua verdadeira identidade, efetuar uma verificação de seus valores individuais e definir-se enquanto ser eterno.
No jovem, ainda é possível corrigir, compensar falhas e deficiências da infância, mas no adulto a tarefa de remodelação é normalmente muito mais difícil.
- O homem será o que da sua infância se faça.
- A criança incompreendida, resulta no jovem revoltado e este assume a posição de homem traumatizado, violento.
- A criança desdenhada, ressurge no adolescente inseguro que modela a personalidade do adulto infeliz.
- A criança é sementeira que aguarda, o jovem é campo fecundado, o adulto é seara em produção.
- Conforme a qualidade da semente, teremos a colheita.
Saibamos cuidar de nossos jovens, orientando-os na estruturação do caráter e da personalidade, sob as diretrizes dos ensinamentos do Cristo à luz da Doutrina Espírita e estaremos assim, contribuindo para a formação de adultos mais equilibrados e conscientes de suas responsabilidades diante da construção do Mundo do 3º. Milênio.
Fonte: Educação Espírita Infanto Juvenil e Sua Importância na Formação da Sociedade do Terceiro Milênio
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